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quarta-feira, 23 de outubro de 2019


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INSTITUTO GATESTONE – Conselho de Politica Internacional
“Não negociar com a China que mente, trapaceia e rouba.”
Gordon G. Chang. 21 de outubro de 2019.
É ESPECIALMENTE difícil negociar com um ladrão, especialmente quando este considera o contato comercial como uma oportunidade de roubar ainda mais.  Este crime é parte de um projeto extraordinariamente ambicioso “Fabricado na China,” visando o domínio de 11 setores tecnológicos essenciais.
Com seu silêncio, Liu permitiu que Trump pensasse que havia um negócio em andamento, quando na verdade não havia. Assim, Trump concedeu algo palpável - o adiamento tarifário – em troca de uma promessa fictícia. Trump fez uma concessão verdadeira, o adiamento de tarifas, em troca de uma promessa falsa.
O desengajamento da China é o maior fracasso da política externa de Washington,” segundo Arthur Waldron, da Universidade da Pensilvânia.
Como se não bastasse, os futuros planos de Xi são particularmente perniciosos... Os americanos terão que fazer a escolha: aceitar o dinheiro chinês ou estabelecer um mercado de ideias livres. A separação das duas economias é naturalmente infeliz, mas necessária na medida em que a China pressiona os americanos, não lhes deixando escolha se quiserem defender liberdades e soberania.
No último 11 de outubro Beijing colheu outra grande vantagem. Trump concordara em adiar um aumento de tarifa previsto para a terça-feira seguinte. Após ter conseguido o que queria, a China começou a jogar duro. No dia 17 de outubro, Beijing negou haver-se compromissado em comprar 40 a 50 bilhões de USD em produtos agrícolas dos Estados Unidos.
A julgar pela quebra por parte de Beijing de mais uma recente disposição comercial, fica evidente que  o regime comunista da China não é capaz de comerciar com os Estados Unidos — ou com qualquer outro país. Deixemos, portanto, de negociar com a China que mente, trapaça e rouba.
O Presidente da China, Xi Jinping, com impiedosa determinação, vem fechando o mercado chinês ao mercado estrangeiro com o estabelecimento de regras altamente discriminatórias, além da promulgação de leis e regulamentações prejudiciais ao processo comercial.  A China do Presidente Xi vem criminosamente continuando a se apropriar de propriedade intelectual dos Estados Unidos ao calibre de centenas de bilhões de dólares por ano.
Isto não vai revolucionar as relações Estados Unidos-China ou os termos comerciais entre nós, mas revela que os dois países podem cooperar em certo assunto importante," disse Clete Willems do Akin Gump a Bloomberg, referindo-se ao acordo do estágio um do Presidente Trump, anunciado em 11 de outubro. "Esta prática é crucial para que se evite uma deterioração de grandes proporções em todos os aspectos de nossas relações, o que não serve aos interesses de ninguém a longo prazo.
Apesar do que declarou Willems, é do interesse de longo prazo dos Estados Unidos afastar-se dos acordos comerciais com a República Popular da China.
Por quê? São quatro as razões: Primeira: a China comunista jamais aceitou a noção de vantagem relativa, que prevalece no sistema comercial global. Sim, os mercantilistas chineses acreditam que devemos comprar seus produtos, mas eles, os mestres das barreiras não tarifárias e outras formas predatórias, se esforçam muito para manter as mercadorias estrangeiras fora de seu mercado. Como podem os Estados Unidos comerciar com um estado que não crê nos benefícios do comércio?
Em segundo lugar, a China comunista nunca realmente honrou acordos comerciais com os Estados Unidos. Beijing, em muitas décadas vem sistematicamente violando suas obrigações para com a Organização Mundial do Comércio, bem como para com os Estados Unidos em vários acordos bilaterais.
Em terceiro lugar, o sistema econômico chinês é incompatível com o dos Estados Unidos. Xi Jinping, o mandatário chinês, em anos recentes tem forçosamente feito o país andar de marcha-a-ré, fenômeno agora chamado de a "grande regressão".
Ele tem fechado com férrea determinação o mercado chinês para os estrangeiros através da obrigatoriedade do cumprimento de certas regras e da promulgação de leis, regulamentos e demais atos prejudiciais ao comércio. Ao mesmo tempo já mescla grandes empresas estatais transformando-as em monopólios, revertendo a privatização parcial de tempos passados pelo aumento da posse das empresas pelo estado, fazendo com que o estado tome controle de empresas privadas obtendo mais subsídios estatais para participantes favorecidos, além de concatenar o desenvolvimento através de políticas industriais duvidosas, tais como sua iniciativa de dominar 11 setores essenciais com seu infame "Fabricado na China 2025.
Como dizem agora na China, o setor estatal rapidamente avança enquanto os setores privados e estrangeiros se "retraem." Isto porque Xi objetiva levar a China a uma forma moderna de Maoismo.
Em quarto lugar, é extremamente difícil a negociação com um ladrão, na medida em que o ladrão visa os contratos de negociação como oportunidades de roubar mais. A China de Xi  tem continuado a criminosamente apossar-se de propriedade intelectual ao calibre de centenas de bilhões de dólares. Tal crime serve o propósito de fomentar a ambiciosa iniciativa “Fabricado na China 2025”.
Sendo tudo isto suficientemente ruim, os planos futuros de Xi são especialmente perniciosos. Por exemplo, ele pretende aplicar a lei de segurança cibernética de 2016 para banir legalmente o uso de serviços virtuais privados de transmissão de dados criptografados de modo que ele possa acessar todos os dados e comunicações de empresas estrangeiras operando na China. Funcionários chineses passarão as informações que obtiverem para as empresas chinesas de modo que estas saberão tudo sobre seus competidores estrangeiros. A China já usou dados roubados e tecnologia para causar prejuízos à companhias estrangeiras e fazer com que algumas, como a Nortel Networks, fossem alijadas do negócio.
Além disto, Xi Jinping parece que ficará ainda mais atrevido em exigir que as companhias americanas operando na China jurem obedecer a Beijing no sentido de fortalecer posições do Partido Comunista e implementar suas políticas toda vez que operarem. Isto, afinal ficou óbvio a partir do comportamento repreensível da Associação Nacional de Basquetebol, Apple, and ESPN, as quais cederam este mês ao “bullying” chinês.
Contudo, desconfortáveis  como essas empresas parecessem estar — nenhuma postou-se firme na defesa dos valores americanos — não se esperava que pudessem resistir a um ataque violento de um poderoso estado comunista. Portanto, os americanos terão que fazer a escolha: receber o dinheiro chinês ou manter o mercado de ideias livre.
O distanciamento das duas economias é certamente lamentável, mas necessário na medida em que a China pressiona os americanos não lhes deixando escolha, se é que desejam defender liberdades e soberania.
Tudo isto nos traz à mente discussões comerciais em andamento. Quando ficou claro que haveria alguma espécie de pacto, os varejistas gigantes começaram a fazer grandes encomendas de mercadorias junto aos fabricantes chineses visando a estação que se aproxima. Se ficasse sabido que não haveria negócio, muitos daqueles pedidos se destinariam a fábricas em outros lugares.
Em 11 de outubro, Beijing obteve outra grande vantagem. Trump concordara em adiar o aumento de tarifa previsto para a terça-feira seguinte.
Com a obtenção do que desejava, a China começou a jogar duro. Em 17 de outubro, Beijing negou haver-se compromissado em comprar 40 a 50 bilhões de dólares de produtos agrícolas estadunidenses. O presidente Trump reuniu-se em seu gabinete oval com Liu He, principal negociador comercial da China, o qual declarou que Beijing fizera tal promessa como parte de um acordo comercial com os Estados Unidos.
Se Beijing não concordava em compras adicionais, a hora de dizê-lo seria quando Liu estivesse próximo a Trump enquanto falavam sobre a aquisição agrícola. Com seu silêncio, Liu deixou que Trump pensasse ter um acordo em mãos, quando em verdade não tinha. Trump então fez uma concessão real — o adiamento tarifário — em troca de uma promessa vazia.
Outra promessa de compra quebrada dá mais uma razão para que os norte-americanos concordem com Arthur Waldron, da Universidade da Pensilvânia, que conclui ser a "desobrigação" da China o "maior fracasso de Washington na política exterior." Estrategistas americanos haviam previsto que o comportamento commercial de Beijing, além de other comportamentos melhorariam com o tempo. Porém, ocorreu o oposto.
O comprometimento em não impor custos aos atos predatórios de Beijing, bem como por outras razões, contribuiu para a evidente deterioração do comportamento chinês. Trump apenas começara a abandonar tal procedimento improdutivo que até então dominava a política americana desde que Nixon fora à capital chinesa em 1972 para encontrar-se com Mao.
Em retrospecto, ir a Beijing foi o movimento falho. Também equivoca-se o ex-Conselheiro de Economia Internacional da Casa Branca, Clete Willems. A julgar pela quebra por parte de Beijing de mais um acordo comercial em dias recentes, fica evidente que o regime comunista da China não é capaz de operar negocialmente com os Estados Unidos — ou com qualquer outro país naquele respeito.
Portanto, não comerciemos com a China que mente, trapaceia e rouba. ===================================
Gordon G. Chang é o autor de “The Coming Collapse of China” e membro distinto sênior do Instituto Gatestone.
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