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INSTITUTO GATESTONE – Conselho de Politica
Internacional
“Não negociar com a China que mente,
trapaceia e rouba.”
Gordon G. Chang. 21 de outubro de 2019.
É ESPECIALMENTE difícil negociar com um ladrão,
especialmente quando este considera o contato comercial como uma oportunidade
de roubar ainda mais. Este crime é parte
de um projeto extraordinariamente ambicioso “Fabricado na China,” visando o
domínio de 11 setores tecnológicos essenciais.
Com seu silêncio, Liu permitiu que Trump pensasse que havia
um negócio em andamento, quando na verdade não havia. Assim, Trump concedeu
algo palpável - o adiamento tarifário – em troca de uma promessa fictícia. Trump
fez uma concessão verdadeira, o adiamento de tarifas, em troca de uma promessa
falsa.
O desengajamento da China é o maior fracasso da política
externa de Washington,” segundo Arthur Waldron, da Universidade da Pensilvânia.
Como se não bastasse, os futuros planos de Xi são
particularmente perniciosos... Os americanos terão que fazer a escolha: aceitar
o dinheiro chinês ou estabelecer um mercado de ideias livres. A separação das
duas economias é naturalmente infeliz, mas necessária na medida em que a China
pressiona os americanos, não lhes deixando escolha se quiserem defender
liberdades e soberania.
No último 11 de outubro Beijing colheu outra grande
vantagem. Trump concordara em adiar um aumento de tarifa previsto para a
terça-feira seguinte. Após ter conseguido o que queria, a China começou a jogar
duro. No dia 17 de outubro, Beijing negou haver-se compromissado em comprar 40
a 50 bilhões de USD em produtos agrícolas dos Estados Unidos.
A julgar pela quebra por parte de Beijing de mais uma recente
disposição comercial, fica evidente que
o regime comunista da China não é capaz de comerciar com os Estados
Unidos — ou com qualquer outro país. Deixemos, portanto, de negociar com a
China que mente, trapaça e rouba.
O Presidente da China, Xi Jinping, com impiedosa
determinação, vem fechando o mercado chinês ao mercado estrangeiro com o
estabelecimento de regras altamente discriminatórias, além da promulgação de leis
e regulamentações prejudiciais ao processo comercial. A China do Presidente Xi vem criminosamente
continuando a se apropriar de propriedade intelectual dos Estados Unidos ao
calibre de centenas de bilhões de dólares por ano.
Isto não vai revolucionar as relações Estados
Unidos-China ou os termos comerciais entre nós, mas revela que os dois países
podem cooperar em certo assunto importante," disse Clete Willems do Akin
Gump a Bloomberg, referindo-se ao acordo do estágio um do Presidente Trump, anunciado
em 11 de outubro. "Esta prática é crucial para que se evite uma
deterioração de grandes proporções em todos os aspectos de nossas relações, o
que não serve aos interesses de ninguém a longo prazo.
Apesar do que declarou Willems, é do interesse de
longo prazo dos Estados Unidos afastar-se dos acordos comerciais com a
República Popular da China.
Por quê? São quatro as razões: Primeira: a China
comunista jamais aceitou a noção de vantagem relativa, que prevalece no sistema
comercial global. Sim, os mercantilistas chineses acreditam que devemos comprar
seus produtos, mas eles, os mestres das barreiras não tarifárias e outras formas
predatórias, se esforçam muito para manter as mercadorias estrangeiras fora de
seu mercado. Como podem os Estados Unidos comerciar com um estado que não crê
nos benefícios do comércio?
Em segundo lugar, a China comunista nunca realmente
honrou acordos comerciais com os Estados Unidos. Beijing, em muitas décadas vem
sistematicamente violando suas obrigações para com a Organização Mundial do
Comércio, bem como para com os Estados Unidos em vários acordos bilaterais.
Em terceiro lugar, o sistema econômico chinês é
incompatível com o dos Estados Unidos. Xi Jinping, o mandatário chinês, em anos
recentes tem forçosamente feito o país andar de marcha-a-ré, fenômeno agora
chamado de a "grande regressão".
Ele tem fechado com férrea determinação o mercado
chinês para os estrangeiros através da obrigatoriedade do cumprimento de certas
regras e da promulgação de leis, regulamentos e demais atos prejudiciais ao
comércio. Ao mesmo tempo já mescla grandes empresas estatais transformando-as
em monopólios, revertendo a privatização parcial de tempos passados pelo
aumento da posse das empresas pelo estado, fazendo com que o estado tome
controle de empresas privadas obtendo mais subsídios estatais para
participantes favorecidos, além de concatenar o desenvolvimento através de
políticas industriais duvidosas, tais como sua iniciativa de dominar 11 setores
essenciais com seu infame "Fabricado na China 2025.
Como dizem agora na China, o setor estatal rapidamente
avança enquanto os setores privados e estrangeiros se "retraem." Isto
porque Xi objetiva levar a China a uma forma moderna de Maoismo.
Em quarto lugar, é extremamente difícil a negociação
com um ladrão, na medida em que o ladrão visa os contratos de negociação como
oportunidades de roubar mais. A China de Xi
tem continuado a criminosamente apossar-se de propriedade intelectual ao
calibre de centenas de bilhões de dólares. Tal crime serve o propósito de fomentar
a ambiciosa iniciativa “Fabricado na China 2025”.
Sendo tudo isto suficientemente ruim, os planos
futuros de Xi são especialmente perniciosos. Por exemplo, ele pretende aplicar
a lei de segurança cibernética de 2016 para banir legalmente o uso de serviços
virtuais privados de transmissão de dados criptografados de modo que ele possa
acessar todos os dados e comunicações de empresas estrangeiras operando na
China. Funcionários chineses passarão as informações que obtiverem para as
empresas chinesas de modo que estas saberão tudo sobre seus competidores
estrangeiros. A China já usou dados roubados e tecnologia para causar prejuízos
à companhias estrangeiras e fazer com que algumas, como a Nortel Networks, fossem
alijadas do negócio.
Além disto, Xi Jinping parece que ficará ainda mais
atrevido em exigir que as companhias americanas operando na China jurem obedecer
a Beijing no sentido de fortalecer posições do Partido Comunista e implementar
suas políticas toda vez que operarem. Isto, afinal ficou óbvio a partir do
comportamento repreensível da Associação Nacional de Basquetebol, Apple, and
ESPN, as quais cederam este mês ao “bullying” chinês.
Contudo, desconfortáveis como essas empresas parecessem estar — nenhuma
postou-se firme na defesa dos valores americanos — não se esperava que pudessem
resistir a um ataque violento de um poderoso estado comunista. Portanto, os
americanos terão que fazer a escolha: receber o dinheiro chinês ou manter o
mercado de ideias livre.
O distanciamento das duas economias é certamente
lamentável, mas necessário na medida em que a China pressiona os americanos não
lhes deixando escolha, se é que desejam defender liberdades e soberania.
Tudo isto nos traz à mente discussões comerciais em
andamento. Quando ficou claro que haveria alguma espécie de pacto, os
varejistas gigantes começaram a fazer grandes encomendas de mercadorias junto
aos fabricantes chineses visando a estação que se aproxima. Se ficasse sabido
que não haveria negócio, muitos daqueles pedidos se destinariam a fábricas em
outros lugares.
Em 11 de outubro, Beijing obteve outra grande vantagem.
Trump concordara em adiar o aumento de tarifa previsto para a terça-feira
seguinte.
Com a obtenção do que desejava, a China começou a
jogar duro. Em 17 de outubro, Beijing negou haver-se compromissado em comprar 40
a 50 bilhões de dólares de produtos agrícolas estadunidenses. O presidente
Trump reuniu-se em seu gabinete oval com Liu He, principal negociador comercial
da China, o qual declarou que Beijing fizera tal promessa como parte de um
acordo comercial com os Estados Unidos.
Se Beijing não concordava em compras adicionais, a
hora de dizê-lo seria quando Liu estivesse próximo a Trump enquanto falavam
sobre a aquisição agrícola. Com seu silêncio, Liu deixou que Trump pensasse ter
um acordo em mãos, quando em verdade não tinha. Trump então fez uma concessão
real — o adiamento tarifário — em troca de uma promessa vazia.
Outra promessa de compra quebrada dá mais uma razão para
que os norte-americanos concordem com Arthur Waldron, da Universidade da
Pensilvânia, que conclui ser a "desobrigação" da China o "maior
fracasso de Washington na política exterior." Estrategistas americanos
haviam previsto que o comportamento commercial de Beijing, além de other
comportamentos melhorariam com o tempo. Porém, ocorreu o oposto.
O comprometimento em não impor custos aos atos
predatórios de Beijing, bem como por outras razões, contribuiu para a evidente
deterioração do comportamento chinês. Trump apenas começara a abandonar tal
procedimento improdutivo que até então dominava a política americana desde que
Nixon fora à capital chinesa em 1972 para encontrar-se com Mao.
Em retrospecto, ir a Beijing foi o movimento falho. Também
equivoca-se o ex-Conselheiro de Economia Internacional da Casa Branca, Clete
Willems. A julgar pela quebra por parte de Beijing de mais um acordo comercial
em dias recentes, fica evidente que o regime comunista da China não é capaz de operar
negocialmente com os Estados Unidos — ou com qualquer outro país naquele
respeito.
Portanto, não comerciemos com a China que mente, trapaceia
e rouba. ===================================
Gordon G.
Chang é o autor de “The Coming Collapse of China” e membro distinto sênior do Instituto
Gatestone.
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